A operação de fiscalização à desordem pública e dissuasão à actividade de consumo de droga começou às 23:00 de sexta-feira com 38 elementos da Polícia Marítima, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Judiciária e GNR. Às 04:00 a operação policial terminou, sem a "detecção de desacatos, nem vandalismos, nem ruído excessivo", adiantou à Lusa o responsável pela Capitania de Tavira e Vila Real Santo António, Rocha Pacheco, acrescentando, no entanto que registaram alguns infractores à pesca lúdica e ao campismo selvagem.
Três dias depois de o autarca de Tavira, Macário Correia, ter alertado as autoridades para o chamado "botellón" na Ilha de Tavira estar a provocar vandalismo e desacatos, foi desencadeada uma operação policial cujo objectivo foi dissuadir consumos de estupefacientes e prevenir ruído e desacatos, explicou o capitão da Polícia Marítima.
O fenómeno é uma tradição oriunda de Espanha que consiste em comprar bebidas alcoólicas e ir em grupo beber para a rua, mas foi proibido no Sul de Espanha, levando muitos jovens a rumar às noites do litoral algarvio para beber em espaços ao ar livre, facto contestado pelo autarca Macário Correia.
Segundo o capitão Rocha Pacheco, verificaram-se alguns grupos de jovens a fazerem pequenos "botellóns" espalhados pelos areal da Ilha de Tavira com djambés (tambores), mas "não estavam a nem a fazer muito barulho", nem sequer estavam em espaço concessionados.
"A operação decorreu de forma normal, havia pouca gente na Ilha e não foram detectados desacatos, nem foi encontrado consumo de estupefacientes", acrescentou o capitão. Segundo o presidente da Câmara de Tavira, na Ilha de Tavira o "vandalismo é todas as noites".
"Vêm em grupos e munidos de arcas frigoríficas com bebidas brancas" para depois se embebedarem e ficarem a dormir até de manhã nas espreguiçadeiras alugadas pelos turistas.
Macário Correia, que já escreveu uma carta ao ministro da Administração Interna e à Governadora Civil de Faro para alertar para esta situação, considera que a legislação portuguesa é "frouxa" em relação ao fenómeno do alcoolismo nocturno em espaços públicos que provocam desordem pública, nomeadamente nas discotecas que surgem no Verão nas praias algarvias, e por isso defende uma legislação mais severa e semelhante à da Andaluzia, no Sul de Espanha.
Lusa/SOL